terça-feira, 6 de janeiro de 2009

SÃO SEBASTIÃO “Padroeiro de Rio de Janeiro”



Diz a história que, quando Sebastião era ainda pequeno, sua família mudou-se para a cidade de Milão, bem mais próxima de Roma, que era a capital do Império. Ali morreu o seu pai, ficando o menino entregue aos cuidados maternos. A sua mãe era cristã, e isto não era tão comum naquela época, lá pelo ano 284. Os cristãos eram perseguidos como inimigos do Estado pelo fato de não adorarem aos deuses pagãos. Todos os que adotassem essa nova religião seriam aprisionados e lhes eram confiscados os seus bens.
Daí então, a mãe de Sebastião, sendo cristã, transmitiu ao filho o dom da fé cristã. Fé vivia e verdadeira que nos compromete em tudo e sempre. Assim começa a história de um santo, início de uma vida como de qualquer vida.


A PERSEGUIÇÃO



Faz muito tempo que Sebastião viveu; tantos séculos atrás, no alvorecer da era cristã. Por causa de sua vida, em conflito com a dos demais, em Roma, os cristãos começaram a ser perseguidos e Sebastião tomou uma decisão importante: iria para Roma e tentaria ajudar os cristãos de lá, confiando na sua fé e no prestígio que gozava como soldado fiel e corajoso.
Agora é que começa a segunda parte da vida do jovem oficial do império. Estamos no ano 303. Desde o ano 63, quando Nero era imperador romano, os cristãos foram quase, ininterruptamente, perseguidos. De tempos em tempos, um imperador declarava o extermínio sumário dos cristãos. Cada um deles decretava uma perseguição mais feroz do que outra. A perseguição, a que nos referimos, iniciou-se precisamente no dia 23 de fevereiro de 303 e foi ordenada pelo imperador Diocleciano com o seguinte decreto:

[Caio Aurélio Valério Diocleciano (em latim: Gaius Aurelius Valerius Diocletianus, 22 de dezembro de 244 –03 dezembro de311) foi um imperador romano durante cujo longo reinado, o Império Romano saiu da fase desastrosa da história de Roma conhecida como Crise Imperial (235-284). Seu governo de 21 anos caracterizou-se pela capacidade administrativa sustentada num carácter e numa personalidade carismáticas. Foi responsável por estabelecer as bases para a segunda fase do Império Romano, que é conhecida como a Tetrarquia, ou Império Romano Tardio ou o Império Bizantino . As suas reformas permitiram a sobrevivência do Império Romano do Oriente por mais de 1000 anos.]

"Sejam invadidas e demolidas todas as Igrejas! Sejam aprisionados todos os cristãos! Corte-se a cabeça de quem se reunir para celebrar o culto! Sejam torturados os suspeitos de serem cristãos! Queimem-se os livros sagrados em praça pública! Os bens da Igreja sejam confiscados e vendidos em leilão!"

Por três anos e meio correu muito sangue e não houve paz para os inocentes cristãos!
Sebastião, logo que chegou a Roma, foi promovido a oficial. O imperador cativado pela fibra e personalidade deste jovem o nomeou comandante dos pretorianos, seus guardas-pessoais.

Um alto cargo, sem dúvida. Cargo de confiança e de influência. No exercício deste ofício, porém, Sebastião estava exposto aos perigos da corte. Sua vida talvez não corresse perigo, mas sua fé poderia ser abalada e suas convicções transformadas.
A corte era um resumo de todos os vícios e depravações existentes no Império. O próprio imperador Diocleciano, filho de escravos, conseguiu o poder às custas de assassinatos. Era de uma avareza que se tornou proverbial. Os tributos, que explorando o povo, o levaram, em pouco tempo, à extrema miséria.


Termas de Diocleciano

Durante esse tempo de perseguição, Sebastião trabalhava na corte. Ocultava com muito cuidado sua fé cristã, não com medo de morrer, mas para cumprir melhor o seu papel: encorajar seus irmãos na fé e na perseverança, especialmente os mais tímidos e vacilantes, merecendo, com isso, o título de "auxílio dos cristãos".

Assim sendo, muitos cristãos aprisionados e temerosos de sua morte, após ouvirem Sebastião, sentiam-se revigorados e destemidos, prontos a enfrentar a tortura e a morte por amor a Cristo. Não mais os amedrontava o cárcere e a crueldade nos suplícios.


Entretanto, havia uma razão para explicar a força que sustentava os cristãos em suas provações e essa força era o amor, seguido do desprendimento, a fé e a esperança em Cristo ressuscitado. Sebastião sabia perfeitamente de tudo isso e por esse motivo passava de cárcere em cárcere, visitando e animando os irmãos a se manterem firmes na fé, mostrando que na vida, os sofrimentos são passageiros e que o prêmio reservado aos perseverantes na fé é eterno.


Conta-se que enquanto Sebastião falava, Zoe, que era muda, começou a falar. Diante desse fato, ficaram maravilhados, o carcereiro e todos os presentes e logo se dispuseram a aceitar a fé cristã, professada por Sebastião. Os cristãos estavam presos, mas não a Palavra de Deus. A Palavra do Senhor, de fato, não está acorrentada. Ela é Caminho, Verdade e Vida para todos nós!

O caminho do cárcere era escuro, mas o cristão o alumiava com a sua fé; o lugar era frio, mas ele o aquecia com suas preces fervorosas e cantos inspirados. Apesar das correntes, estava, pelo poder de Deus, livre para Ele. Na pressão esperava a sentença de um juiz, contudo sabia que estava com Deus e Ele julgaria os mesmos juízes.

Mas enquanto alguns resolvem iniciar seu processo de conversão, outros continuam tramando o mal. De fato, a perseguição sistemática do imperador Diocleciano torna-se cada vez mais violenta, exigindo dos cristãos, muita coragem e heroísmo.

Aqui acontece um fato que vem amenizar a vida dos perseguidos. O Prefeito da cidade de Roma, Cromáceo, convertido ao cristianismo, demitiu-se do cargo e começou a reunir, ocultamente, em sua casa, os recém-convertidos e, desta forma, estes não eram molestados. Ele sabia que muitos não resistiriam ao martírio, caso fossem presos. Então sugeriu que todos aqueles fossem para longe de Roma. Ali estariam protegidos da feroz perseguição. Seguiam, assim, o que Jesus havia sugerido no Evangelho:
"Se vos perseguirem numa cidade, fugí para outra!"

À medida que aumentava a perseguição, os companheiros que Sebastião tinha instruído e convertido à fé cristã, iam sendo descobertos, presos e mortos. A primeira foi Zoe, esposa do carcereiro. Foi surpreendida e presa quando rezava no túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo. Recusando prestar culto aos deuses romanos, foi queimada e suas cinzas foram jogadas no rio Tibre, em Roma.

O sacerdote Tranquilino, por sua vez, foi apedrejado e seu corpo exposto ao ludíbrio popular. Ao resgatar os corpos dos mártires, vários amigos de Sebastião foram descobertos e presos. Entre eles se achavam: Cláudio, Nicostrato, Castor, Vitoriano e Sinforiano. Durante dias, os inimigos da fé cristã pelejaram com eles para que renegassem a fé, mas nada conseguiram. Por fim, o imperador ordenou que fossem atirados ao mar.



Sebastião já não podia continuar ocultando sua fé, por ter se tornado luz que ilumina a todos. E um dia alguém o denunciou ao prefeito, por ser cristão. O imperador também foi cientificado e recebeu todas as informações. Deixar Sebastião em liberdade representava um grave "perigo" para a cidade inteira. Então, mandou que o chamassem para ouvir dele próprio a confirmação.

O imperador ordenou que amarrassem o soldado cristão a uma árvore, num bosque dedicado ao deus Apolo. Que o crivassem de flechas, mas não atingissem seus órgãos vitais, para que morresse lentamente. Assim foi feito! Com a perda de sangue e a quantidade de feridas, Sebastião desmaiou, já era tarde! Julgando-o morto, os flecheiros retiraram-se.

À noite, a esposa do mártir Castulo, Irene, foi com algumas amigas ao lugar da execução, para tirar do local seu corpo e dar-lhe sepultura. Assustadas, comprovaram que Sebastião ainda estava vivo. Desamarraram-no, e Irene o escondeu em sua casa, cuidando de suas feridas.


Chegou o dia 20 de janeiro. Era o dia consagrado à divindade do imperador. Este saiu em grande cortejo de seu palácio e dirigiu-se ao templo do deus Hércules, onde seriam oferecidos os sacrifícios de costume. Estando coroado pelos sacerdotes pagãos e pelos homens mais nobres do império, foi concedida uma audiência pública. Quem desejasse pedir alguma graça ou apresentar alguma queixa, poderia faze-lo nesta ocasião, diante do soberano.

Sebastião, com toda a dignidade que sempre o distinguiu e cheio do Espírito Santo, apresentou-se diante do imperador e, destemidamente, reprovou-lhe o comportamento em relação à Igreja. Reprovou-lhe as injustiças, a falta de liberdade e a perseguição aos cristãos. O imperador ficou estarrecido ao reconhecer naquela pálida figura, a pessoa de seu antigo oficial que o julgava morto. Tomado de ódio, ordenou aos guardas que o executassem ali, em sua presença e na presença de todos. Ele mesmo queria ter a certeza de sua morte.


Imediatamente, os guardas investiram contra ele, e o moeram de pancadas com cassetetes e com os cabos de ferro de suas lanças, até que Sebastião não deu mais sinal de vida. O imperador ordenou, então, que o cadáver do oficial traidor fosse jogado no esgoto da cidade e, assim, seria apagado, para sempre, a sua memória.





A peste

Entre os antigos, as flechas, eram símbolos da peste pelas feridas cancerosas que provocavam. Assim sendo, a piedade cristã, sabendo que em seu primeiro martírio Sebastião havia sido sufocado por uma saraivada de flechas, escolheu-o para ser protetor contra o flagelo da peste, epidemia arrasadora, especialmente nos tempos passados, mas que ainda hoje é bastante temível.

Naquela ocasião, uma terrível peste assolava Roma, vitimando muitas pessoas. Entretanto, tal epidemia simplesmente desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais desse mártir, que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra. As cidades de Milão, em 1575 e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, se viram livres desses males, após atos públicos suplicando a intercessão deste grande santo. Desde
então, São Sebastião passou a ser invocado contra a peste e suas irmãs a fome e a guerra.

São Sebastião é também muito venerado em todo o Brasil, onde muitas cidades o tem como padroeiro, entre elas, o Rio de Janeiro, que dia 20 de janeiro se enfeita para homenagear esse santo tão popular.



Procissão na Tijuca (RJ)



Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro


Oração a São Sebastião

Deus onipotente, que conheceis a nossa enfermidade, fraqueza, agonia ,ânsia e tribulações desta vida, fazei que a todos nos valha a intercessão de São Sebastião seu glorioso mártir e protetor dos cristãos.
São Sebastião, meu intercessor ,vós que sofrestes os ferimentos e recebestes no corpo as flechas da indiferença e da vingança ,sofrendo vil e infamante processo, pela gloria de Nosso Senhor Jesus Cristo, dignai-vos a interceder para que possa obter do Altíssimo a graça de (citar aqui a graça desejada), e ainda a graça da salvação da minha alma para vossa maior gloria.
Honra e gloria vos renderei em todos os dias de minha vida Amém.

Oração a São Sebastião II

(Contra peste e contágio de doenças)

Onipotente e eterno Deus, que pelos merecimentos de São Sebastião ,vosso glorioso mártir, livrastes os vossos fieis de doenças contagiosas, atendei as minhas súplicas para que, recorrendo agora da nossa necessidade a vós , afim de alcançar semelhante favor ,mereçamos , por sua valiosa intercessão , sermos livres do flagelo da peste e de toda moléstia do corpo e da alma.
Por Jesus Cristo, Senhor Nosso, Amem.

Fontes.: http://saosebastiao.natal.itgo.com/biografia_de_sao_sebastiao.html
http://www.cademeusanto.com.br/oracao_sao_sebastiao.htm