sábado, 15 de novembro de 2008

MITOLOGIA GREGA



Entendendo a Mitologia Grega

A Mitologia Helênica é uma das mais geniais concepções que a humanidade produziu. Os gregos, com sua fantasia, povoaram o céu e a terra, os mares e o mundo subterrâneo de Divindades Principais e Secundárias. Amantes da ordem, instauraram uma precisa categoria intermediária para os Semideuses e Heróis.



Os gregos antigos adotavam o Politeísmo Antropomórfico, ou seja, vários deuses, todos com formas e atributos humanos. Religião muito diversificada, acolhia entre seus fiéis desde os que alimentavam poucas esperanças em uma vida paradisíaca além túmulo, como os heróis de Homero, até os que, como Platão, acreditavam no julgamento após a morte, quando os justos seriam separados dos ímpios. Abarcava assim entre seus fiéis desde a ingênua piedade dos camponeses até as requintadas especulações dos Filósofos, e tanto comportava os excessos orgiásticos do culto de Dioniso como a rigorosa ascese (exercício espiritual) dos que buscavam a purificação.
Os primeiros dados existentes sobre a religião grega são as Lendas Homéricas, do século VIII a.C., mas é possível rastrear a evolução de crenças antecedentes. Quando os indo-europeus chegaram à Grécia, já traziam suas próprias crenças e deuses, entre eles Zeus, protetor dos clãs guerreiros e senhor dos estados atmosféricos. Também assimilaram cultos dos habitantes originais da península, os Pelasgos, como o oráculo (resposta de um deus a quem o consultava) de Dodona, os deuses dos rios e dos ventos e Deméter, a deusa de cabeça de cavalo que encarnava o ciclo da vegetação.
A religiosidade popular evidenciava-se nos festejos tradicionais, em geral de origem camponesa, ainda que remoçada com novos nomes.
Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.
Os camponeses cultuavam Pã, deus dos rebanhos, cuja flauta mágica os pastores tentavam imitar; as ninfas, que protegiam suas casas; e as nereidas, divindades marinhas.
Pode-se dizer que o sincretismo, ou fusão pacífica das diversas religiões, foi a característica dominante do período Helenístico.


Psicanálise e mitologia - Os grandes temas mitológicos são centrais para a psicanálise desde sua origem. De um lado, eles foram objeto de análise, de outro, representaram um apoio para sustentar as idéias de Freud, como forma de demonstrar que suas descobertas transcendiam a singularidade de seus pacientes. Todas as grandes questões humanas acham-se expressas no mito: o singular e o universal; como tornar-se o que se é; o desejo, a vida e a morte.




Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga
Heróis
: seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e Aquiles.
Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.
Sátiros ou Faunos : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.
Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.
Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.



Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo : Medusa.
Quimeras : mistura de leão e cabra, soltavam fogo pelas ventas.

Principais deuses gregos
Zeus
- deus de todos os deuses, senhor do Céu.
Afrodite - deusa do amor e da beleza.
Poseidon - deus dos mares.
Hades - deus dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.
Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
Apolo - deus da luz e das obras de artes.
Artemis - deusa da caça.
Ares - divindade da guerra.
Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas.
Hermes - divindade que representava o comércio e as comunicações.
Hefestos - divindade do fogo e do trabalho.



Origem dos deuses
No princípio era o Caos (fenda), que gerou Géia ou Gaia (a Terra), que por sua vez espontaneamente gerou Pontos (o mar) e Urano (o céu).
A união entre Géia e Pontos gerou as antigas divindades marítimas, praticamente personificadas em Nereu, o velho do mar, que podia assumir todas as formas, diluir-se edesmanchar-se na água. Nereu é representado como um ancião de barbas brancas ecorpo de peixe.
Géia e Urano tembém se uniram, deles surgindo os Titãs (Oceano, Coeus, Crius,Hyperion, Japetus e Cronos), e as Titânidas (Thétis, Phoebe, Mnemósine, Théia, Themise, Rhea). Os irmãos uniram-se às irmãs, gerando uma série de divindades.
Por escolha de Géia, coube a Cronos destronar o pai Urano, o que fez com uma foice de ferro, metal gerado por Géia. Cronos castrou Urano, e atirou ao mar a bolsa escrotal e o pênis, que provocaram uma onda de espuma manchada de sangue, da qual nasceu Afrodite.
Cronos, por sua vez, foi destronado por Zeus, um dos filhos de sua união com Rhea. Cronos temia ser destituído como o pai, por isso devorava seus filhos. Quando do nascimento de Zeus, Rhea enganou Cronos, dando-lhe uma pedra envolta em cueiros, e entregou a criança aos cuidados da ninfa Adrastéia, que o alimentou de mel e do leite da cabra
Amaltéia.
Zeus chegou rapidamente à idade viril, e com a ajuda de Géia, derrubou Cronos, forçando-o a ingerir um remédio de mostarda e sal; Cronos regurgitou primeiro a pedra,depois os demais filhos (Héstia, Hades, Posseidon, Hera e Deméter). Zeus e os deuses mais jovens combateram os Titãs, nas planícies da Tessália, e se apossaram do Monte Olimpo, que passou a ser a morada dos deuses. Na mitologia romana, Cronos é
Saturno.
O encadeamento dessa sucessão de divindades tem como uma de suas explicações a própria história da Grécia, cujos habitantes primitivos, os pelasgos, sofreram as invasões dos aqueus, eólios, jônios e dórios, tribos de origem indo-européia ou ariana, que penetraram e se fixaram na Grécia entre os séculos 20 e 12 a.C. Esses povos invasores fundiram seus mitos e lendas aos dos povos conquistados, daí resultando as diversas versões em torno da origem dos deuses, bem como a variação dos padroeiros das cidades e regiões.