sexta-feira, 21 de novembro de 2008



A LOUCURA EM SHAKESPEARE E FREUD


Quem é o paciente psicótico? (Freud: O Caso Schreber)
Questão impossível de ser respondida sem incorrer em uma certa redução que toda generalização acarreta, se levarmos em conta que as pessoas são sempre mais ricas e multifacetadas do que as conceituações que fazemos sobre elas, ou a partir delas. (...) Um psicótico é uma pessoa que teve, em algum momento da vida, uma situação tal que o obrigou a romper relações: com os outros, com o mundo, com a realidade. Podemos pensar que tratou-se de um evento traumático que teve como conseqüência um retraimento, um fechamento em si mesmo (...), quando seu psiquismo puser-se a construir alguma tentativa de restabelecer-se, de retomar a vida. Nesse momento, surgem formações como os delírios para tentar dar conta de tal reconstrução.
Há algo no psicótico que, se não é generalizável, é ao menos um ponto de apoio a partir do qual é possível falar, intervir e, mais ainda, compreender um pouco daquele sofrimento que a pessoa apresenta: o delírio. Nem todos os pacientes deliram mas, os que assim o fazem permitem o estabelecimento de um certo tipo de relação com o analista(...). A histeria, a obsessão e a psicose alucinatória partem de um mesmo princípio: a tentativa de esquecimento de algo indesejado e se desdobram de formas diferentes a fazer algo com o afeto que sobra. A psicose faz alucinações e delírios. Ao escrever sobre Schreber, Freud traz a idéia de que a formação dos sintomas – conversões, ideações obsessivas, alucinações, delírios – parte de um compromisso qualquer entre instâncias em prol de uma defesa. Entendo todas essas produções como sintomas, jogos de forças entre recalcante e recalcado, censor e censurado. Trata-se de produções que são o aparente que remete a outros desdobramentos, resultado do que se anuncia e do que se busca suprimir e, portanto, de um conflito de forças. Na psicose alucinatória a defesa é a rejeição da representação incompatível juntamente com o afeto, o que faz Freud afirmar que essa seria a defesa melhor sucedida de todas. No entanto, ao romper com a representação incompatível que está associada a alguma parcela da realidade, rompe-se também com essa realidade de maneira parcial ou total
. Fonte: Alessandra Ribeiro

LEAR: Tu me chamas de bobo, rapaz?
BOBO: Abandonaste todos os teus outros títulos, mas esse nasceste com ele."
Shakespeare: Rei Lear. (Ato I, 4).
“A formação delirante que julgamos ser uma produção patológica é, na verdade, uma tentativa de cura, um processo de econstrução.” Freud: O Caso Schreber.
O problema da loucura recebeu uma iluminação diferente a partir de Freud, que foi o primeiro a ver a personalidade como um continuum que vai da sanidade à loucura. A doença mental vista por Freud como regressão inclui, sempre, aspectos de desorganização assim como tentativas no sentido de dar nova estrutura à personalidade. Mesmo na esquizofrenia é sempre possível encontrar aspectos sadios e mecanismos neuróticos misturados com os aspectos delirantes e alucinatórios. Ainda no delírio Freud via a primeira tentativa dos pacientes de restaurar o sentido de vida perdido na enfermidade. Por outro lado, procurava ver conflitos subjacentes nas pessoas ditas normais, que permanentemente ameaçam de desorganização a qualquer de nós. A idéia central da psicanálise é a de um estruturalismo genético que faz com que formas e conteúdos aparentemente incompreensíveis, tais como sonhos, delírios, alucinações e atos falhos possam ser compreendidos dentro de uma estrutura maior que alcance os planos conscientes e inconscientes de cada pessoa e cuja origem possa ser seguida desde o nascimento.

Em Shakespeare, também, os problemas da loucura são considerados em sua íntima conexão com a sanidade e mesmo com a sabedoria. Vamos considerar, para efeito de exposição, os três tipos de loucura que aparecem em suas peças: a loucura dos Bobos, a loucura fingida e a loucura verdadeira.
1)
Os Bobos
Os Bobos funcionam mais ou menos como os coros das tragédias gregas, pois têm também este sentido de promover o aprendizado do herói. O Bobo não é propriamente uma pessoa e sim uma função exercida nas cortes medievais. Tal função caracteriza-se por uma licença especial para poder dizer certas verdades, mesmo que desagradáveis ao rei ou a outras personagens da corte – “Licensed fools”. Por esta razão, os sentimentos dos personagens da corte em relação ao Bobo são sempre ambivalentes. Ele é tolerado e até mesmo amado, mas é também maltratado em inúmeras circunstâncias. Em nenhuma outra peça, esta função do Bobo aparece com tamanha nitidez quanto no Rei Lear. Referindo-se aos maus-tratos que Lear recebe das filhas, após dividir seu reino entre as duas, o Bobo comenta:
...
“Dá-me um ovo, tio, que darei duas coroas.
LEAR –
Que duas coroas seriam essas?
BOBO –
Bem, partido o ovo em duas metades e comidas as substâncias, as duas coroas do próprio ovo. Quando partiste tua coroa ao meio e deste ambas as partes, carregaste teu burro nas costas através do lamaçal. Tinhas pouco sizo debaixo de tua coroa calva, quando
abdicaste tua coroa de ouro. Se falo como Bobo, seja açoitado o primeiro que isto notar.”
O Bobo representa o modo mais expressivo da sabedoria na loucura. Em suas falas, aparentemente sem sentido (nonsense), eles atingem a profunda ambigüidade característica do ser humano. Tanto que, no Rei Lear, ele funciona como um verdadeiro intérprete do rei, exercendo um papel psicoterápico fundamental para a recuperação de Lear. Quando Lear reencontra Cordélia, o Bobo simplesmente desaparece da peça. Cordélia que passa a ocupar-se de restaurar a saúde mental do rei, entra no lugar do Bobo. Shakespeare explicita esta relação fazendo Lear chamar Cordélia de Boba na última cena da peça. (Ato V, Cena 3.)
LEAR – “E minha pobre boba foi enforcada. Não, não tem vida. Porque um cão, um cavalo, um rato estão vivos e tu, sem um simples sopro sequer!Não voltarás nunca mais, nunca,
nunca.”
Segundo Harold Jenkins, todo Bobo tem a função de desfazer idealizações, e exemplifica este modo de conceber o Bobo com o Touchstone de Como Gostais. Touchstone representa o contraponto da idealização da vida na floresta de Arden, bucólica, exaltada como mais natural e despreocupada do que a vida protocolar da corte. Touchstone está sempre a nos lembrar dos confortos da vida doméstica. É ele quem nos fala do cansaço físico, quem se lembra da necessidade de “almoço, jantar e horas de dormir”. Touchstone é quem sabe das horas, pois é o único a possuir uma espécie de relógio. Em plena floresta, ele é capaz de dizer: “São dez horas”. E de fazer este comentário realista acerca do tempo:
“E, assim, de hora em hora, nós amadurecemos e amadurecemos e depois, de hora em hora, apodrecemos e apodrecemos”.
O Bobo é uma das duas personagens a lembrar a decadência e a morte, dentro da vida idealizada da floresta de Arden. O outro é Jacques, um “melancólico” seguidor do rei que exerce também uma função de Bobo, denunciando a poluição da floresta pelos homens e nos lembrando a decadência humana, em sua conhecida fala sobre as sete idades do homem.
JACQUES –
O mundo inteiro é um palco, todos os homens e mulheres não passam de atores. Têm suas entradas e saídas e um homem em seu tempo representa muitos papéis e sete idades têm seus atos. Primeiro, é o infante que dá vagidos e vomita nos braços da ama; depois, é o escolar chorão com a pasta e a reluzente cara de aurora que, semelhante a um caracol, se arrasta de má vontade para a escola. Em seguida, é o apaixonado, suspirando como um forno, como uma balada triste composta para as sobrancelhas de sua amada. Depois, é um soldado,
cheio de estranhos juramentos e barbado como um leopardo, zeloso pela própria honra, pronto e atrevido na querela, procurando a bolha de ar de reputação até na boca dos canhões. Mais tarde, é o juiz, com o belo ventre arredondado, repleto com um bom capão, os olhos reveros e a barba formalista, cheio de frases graves e de lugares-comuns. E, assim, representa seu papel. A sexta nos transforma no personagem do magro e ardiloso Pantalhão, com óculos no nariz e a bolsa do lado. As calças de sua juventude, que conservou cuidadosamente, seriam um mundo largo demais para as magras canelas e a forte voz viril,
convertida novamente em falsete infantil, emite agora sons agudos e assoviados. Finalmente, a cena derradeira, a que termina esta estranha história cheia de acontecimentos, é a segunda infância e o total esquecimento, sem dentes, sem olhos, sem paladar, sem coisa alguma.”
2) A loucura fingida


Alguns personagens de Shakespeare vão fingir-se de loucos a fim de conseguir um determinado objetivo. O caso mais conhecido é o da falsa loucura de Hamlet, através da qual ele visava obter dados que incriminassem o rei seu padrasto na morte de seu pai, ficando, ele próprio, livre de qualquer suspeita. Logo no Ato I, Hamlet vai anunciar a Horácio sua intenção de fingir-se de louco e fazê-lo jurar que não irá denunciá-lo. Seu intuito está ligado à visão do fantasma do pai. (Ato I, 5).
... “por muito rara e extravagante que seja minha conduta, visto que, talvez, no futuro julgue oportuno afetar maneiras estranhas, jurai que, ao ver-me em semelhantes situações, nunca dareis a entender... que sabeis alguma coisa a meu respeito”.
Sendo a loucura fingida uma loucura com uma finalidade, ela é, necessariamente também, uma loucura com método. No Hamlet, é Polônio quem vai perceber esta característica no Interrogatório a que submete o príncipe para descobrir as “causas” de seu estado. Após ouvir de Hamlet várias respostas aparentemente sem sentido, porém cheias de insinuações, Polônio conclui:
POLÔNIO (à parte) –
Embora seja pura loucura, há método nela... Não desejais abrigar-se do ar, meu senhor?
HAMLET –
Em meu túmulo?
POLÔNIO –
É claro, lá ficamos ao abrigo do ar. (À parte) Como são, às vezes, engenhosas as respostas dele! Felicidade que só acontece com a loucura e que nem a mais sã razão e lucidez não poderiam atingir com tanta sorte.
Outro caso de loucura fingida ocorre em Rei Lear. Edgar, filho de Gloster, um nobre amigo de Lear, pretende esconder sua posição, para escapar da fúria de seu pai que se voltara contra ele, instigado por seu meio-irmão, Edmundo. Para isto, o método adequado é disfarçar-se de mendigo louco e ocultar-se numa pobre choupana na floresta. Uma das cenas mais curiosas da tragédia é a do encontro de Lear, o louco verdadeiro, com Edgar, o falso-louco. Este vai ser considerado por Lear como um sábio, capaz de aconselhá-lo em seus problemas. (Cena 6.)
“LEAR - ... Tu é a própria coisa. O homem, sem as comodidades da civilização, não passa de um pobre animal nu e bifurcado como tu és. Fora, fora coisas emprestadas! Vamos, desabotoemo-nos aqui. (Rasgando as próprias roupas.)”
“GLOSTER –
Entrai comigo. Meu dever não saberia curvar-se em tudo às duras ordens de vossas filhas. Por mais que me hajam ordenado que fechasse as portas de minha casa e deixasse que ficásseis à mercê desta noite tirânica, arrisquei-me a vir procurar-vos, a fim de conduzir-vos para onde encontrareis pronto fogo e alimento.
LEAR –
Deixe-me falar primeiro com este filósofo. Qual é a causa do trovão?
KENT –
Meu bom senhor, aceitei-lhe o oferecimento, entrai na casa.
LEAR –
Quero trocar uma palavra com este letrado tebano. Em que te aplicas?
EDGAR –
Em evitar o demônio e matar piolhos.”
3) A loucura verdadeira
São numerosos os loucos que aparecem nas peças de Shakespeare. Loucos de todos os tipos, revelando seu grande conhecimento dos meandros da loucura. Um dos casos mais bem caracterizados é o da Ofélia de Hamlet. Trata-se de uma psicose típica, desenvolvida pela trama das mensagens contraditórias em que ela se vê envolvida pelo irmão, pelo pai e pelo próprio Hamlet. Ofélia, que cedo perdera a mãe, fica fragilizada diante dos homens. O pai e o irmão a proíbem explicitamente de aceitar a corte que lhe faz o príncipe Hamlet. Por outro lado, o pai atribui a loucura de Hamlet à rejeição por Ofélia, portanto à obediência da filha aos seus conselhos. Hamlet, que a princípio mostrara-se amoroso, por sua vez passa a maltratar Ofélia quando decide fingirse de louco. No Ato III, vemos como Ofélia é confundida pela contradição do príncipe.
“HAMLET - ... Amei-te, antes...
OFÉLIA – Foi na verdade, meu senhor, o que me fizeste acreditar.
HAMLET –
Não deverias ter acreditado em mim, pois a virtude não pode ser inoculada em nosso velho tronco sem que nos fique algum mau ressaibo. Eu não te amava.
OFÉLIA – Tanto maior foi minha decepção.
HAMLET –
Entra para um convento. Por que desejas ser mãe de pecadores? Quanto a mim, sou relativamente honesto e, contudo, de tais coisas poderia acusar-me, que melhor seria que minha mãe não me tivesse posto neste mundo. Sou muito orgulhoso, vingativo, ambicioso,
com mais pecados na cabeça do que pensamentos para concebê-los, fantasia para dar-lhes forma ou tempo para executá-los. Por que hão de existir pessoas como eu para se arrastarem entre o céu e a terra? Todos nós somos consumados canalhas; não te fies em nenhum de nós. Segue teu caminho para o convento. Onde está teu pai?

OFÉLIA –
Em casa, meu senhor.
HAMLET – Fecha bem as portas, para que somente em casa represente ele o papel de bobo. Adeus!
OFÉLIA – Ó céus clementes, ajudai-o!” A loucura de Ofélia é tão bem definida que chega a mostrar um quadro de dissociação mental típica:
“REI –
Como estais passando, bela dama?
OFÉLIA –
Bem, Deus vos ajude! Dizem que a coruja é filha do padeiro. Senhor, sabemos o que somos, mas não sabemos o que possamos ser. Deus abençoe vossa mesa!
REI –
Está pensando no pai?
OFÉLIA –
Por favor, nem uma palavra disto; mas quando perguntarem o que significa, dizei o seguinte: (Canta.)
É dia amanhã de São Valentim.
Bem cedo estarei à tua janela,
Donzela que sou, pra ser Valentina.
Ergue-se ele então, sua roupa veste,
Abre-lhe a porta de seu dormitório.
Donzela ela entrou, mas quando saiu
não mais era como ali tinha entrado.

O significado claramente sexual dessa fala tem aspectos que lembram a teoria freudiana da etiologia das doenças mentais. A casta Ofélia sonha com perder sua virgindade. Mesmo em seu delírio, vemos os temas da sexualidade e do luto pela morte do pai expressos de modo dissociado. Além da pulsão sexual na base da doença mental, vemos, em outro caso, a loucura originada pela pulsão de morte. É o que ocorre com Lady Macbeth pelo incentivo dado ao esposo para cometer o assassinato do rei Duncan, a fim de que ele próprio se torne rei. A relação entre a culpa e a loucura fica nítida no Ato V, 1. Aí, vemos um exemplo gritante do postulado de Freud de que certos doentes “preferem” inconscientemente adoecer a sentirem-se culpados por suas ações.

“MÉDICO – Que está fazendo agora? Olhai como esfrega as mãos.
DAMA DE COMPANHIA –
Costuma fazer isso: fingir que está lavando as mãos. Vi-a persistir nesse gesto durante bem um quarto de hora.
LADY MACBETH –
Por mais que eu faça, esta mancha não sai.
MÉDICO –
Atenção! Está falando. Vou tomar nota do que ela disser para guardar lembrança mais viva.
LADY MACBETH –
Vai-te, mancha maldita! Vai-te digo!
- Uma, duas: é tempo de pôr mãos à obra. – Como é lôbrego o Inferno!
-
Por quem sois, meu senhor, que vergonha! Um soldado com medo? – Por que havemos de recear que alguém saiba, se ninguém nos pode pedir contas? – Mas quem poderia ter imaginado que o velho tivesse tanto sangue nas veias?
MÉDICO –
Ouviste bem o que ela disse?
LADY MACBETH –
O Tane de Fife tem esposa: onde está ela? – Que coisa! Estas mãos nunca ficarão limpas? – Parai com isto, meu senhor, parai com isto: esses vossos sobressaltos podem pôr tudo a perder.
MÉDICO –
Vamos embora, vamos embora: ouvimos o que não deveríamos ter ouvido.”
O médico que passara observando a doente durante longo tempo acaba por concluir que Lady Macbeth precisava mais dos serviços de um “padre do que de um médico”. No início da cena, é dito que Macbeth estava ausente. Ora, o que percebemos através da peça é uma inversão de papéis dentro do casal de criminosos. No início, é Lady Macbeth a figura forte que incentiva o marido a assassinar Duncan e, quando ele fraqueja, é ela quem lhe diz que ele deve ser homem e não temer. Agora, é ele quem dá forças à mulher. Portanto, sua ausência contribui para desencadear o surto psicótico. Outro fato notável é que, embora se atribua a Lady Macbeth sonambulismo, na cena, como nota o médico, ela está de “olhos abertos” ao que a aia responde que “seus sentidos estão fechados”. Bion nota que o psicótico é alguém que não está dormindo mas também não está acordado, pois dentro do delírio e das alucinações tudo se passa como se ele estivesse vivendo na realidade interna, apenas prestando pouca atenção aos estímulos externos. Esse é. Aliás, o caso de todos os loucos. Em Rei Lear, vemos como na cena da loucura na tempestade o rei está tão ocupado dentro de sua luta interna contra “as filhas pelicanas” que aparentemente não sente frio nem medo. A loucura de Lear é desencadeada pela perda da fantasia onipotente de distribuir seu reino entre as filhas e continuar com as vantagens do poder. A filha que havia sido desprezada por não entrar no jogo de adulação do pai é expulsa do reino. Mais tarde, no reencontro com Cordélia, esta filha vai marcar a aceitação dos limites, inclusive do limite maior que é a própria morte. Então Lear, que enlouquece por não suportar limites, vai aprender com Cordélia toda a extensão de sua impotência. Assim que desperta da sonoterapia a que o submetera o médico, Lear, pela primeira vez na tragédia, revela a sua idade: “Oitenta e tantos anos, nem uma hora a mais nem a menos”. Ao aceitar, relutante, a morte de Cordélia, na última cena da peça, o rei está pronto para morrer também. Em suma, vimos nos três exemplos deste capítulo como Shakespeare compreendia a loucura em sua gênese sexual e agressiva. Intui também a fantasia de onipotência característica de todos os loucos.
(Extraído de Freud e Shakespeare, de E. Portella Nunes e C. H. Portella Nunes. Imago Editora, 1989).

http://www.sedes.org.br/Departamentos/Psicanalise/em_obras_alessandra_ribeiro.htm
http://www.bernardojablonski.com/pdfs/graduacao/loucura_shakespeare_freud.pdf