sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Cruz Vermelha  - História

Cruz Vermelha Internacional


A Cruz Vermelha é uma entidade internacional, com sede em vários países do globo, cuja missão é levar assistência a quem necessite, nas mais diversas condições: feridos, prisioneiros, refugiados, enfermos.

Na guerra ou na paz, a Cruz Vermelha tem como primeiro objetivo promover o bem-estar; por isto, suas atividades podem se estender ao campo da educação, da assistência social, da prevenção de doenças, do combate de epidemias, fome e muito mais.

Henri Dunant

Na esfera social, trabalha com minorias (idosos, deficientes físicos e mentais, por exemplo), doentes crônicos, dependendo da realidade de cada país em cada época.

O importante é que a Cruz Vermelha não age sob interesse de nenhum país, empresa ou organização. Seu interesse maior é a vida, sem discriminar etnia ou nacionalidade.

Sua data é comemorada no dia do nascimento de Henri Dunant, que primeiro concebeu a idéia da Cruz Vermelha e acompanhou sua criação. Dunant ganhou o primeiro Prêmio Nobel da Paz, em 1901, e morreu em 1910. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha também recebeu um Prêmio Nobel da Paz em 1917 - o único durante a Primeira Guerra Mundial - e outro em 1944, pelo desempenho na Segunda Guerra. Quando do centenário da Fundação da Cruz Vermelha, em 1963, mais dois prêmios Nobel da Paz: um foi para o Comitê Internacional e outro para a Liga das Sociedades.

COMO SURGIU A CRUZ VERMELHA?




A idéia da Cruz Vermelha nasceu em 1859, mais de cinqüenta anos antes de sua efetiva criação e reconhecimento internacional.

Tudo começou quando Henri Dunant, um jovem suíço, se comoveu com o sofrimento no campo de batalha de Solferino, no Norte da Itália, onde os socorros militares não eram suficientes. A forte impressão causada pela dor das pessoas inspirou Henri Dunant a escrever um livro: "Recordações de Solferino", em que descrevia dramáticas cenas da guerra. A partir dali, Dunant já percebia a necessidade de uma entidade que pudesse ajudar pessoas naquele tipo de situação.

A diferença é que, no livro, ele não se limitou a relatar as desgraças da guerra. Mais do que isto, ele sugeria a criação de grupos nacionais de ajuda e apontava a necessidade de se pensar "um princípio internacional, convencional e sagrado", que inspiraria posteriormente a Convenção de Genebra.

Em 1863, também sob influência do livro, seis pessoas se reuniram - entre elas, Henri Dunant - para tomarem providências práticas em relação à situação exposta. Com a presença de representantes de 16 nações, o resultado foi a criação da Cruz Vermelha, a partir de quatro resoluções.

A primeira delas dizia respeito à criação de comitês de socorro, de âmbito nacional, para prover ajuda ao serviço de saúde dos exércitos. Em tempos de paz, seria responsável também pela formação de enfermeiras voluntárias. Também ficou decretada a neutralização de uma equipe de ambulâncias, hospitais militares e pessoal de saúde, a fim de fornecer ajuda sem distinção. Por fim, resolveu-se adotar a cruz vermelha como símbolo, aplicada sobre um fundo branco.

Um ano depois acontecia a primeira Convenção de Genebra, com proposições semelhantes, reunindo assinaturas de 55 países. Era o início da história do direito humanitário.

Nesta época, a Cruz Vermelha era dirigida por cidadãos suíços apenas. As Sociedades Nacionais eram compostas por membros diretamente treinados em primeiros socorros e emergência. Foi após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que cada Sociedade Nacional formou seu próprio grupo. Unidas, formaram a Liga das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha, hoje conhecida como Federação das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

A preocupação com os direitos humanos levou à atitude contra a guerra e pela paz, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial.

Em 1946, este objetivo foi reiterado durante uma Conferência Internacional da Cruz Vermelha, em que se colocou que "... a tarefa essencial da Liga e das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha consiste em um esforço cotidiano para manter a paz e em uma aglutinação de todas as forças e de todos os meios para impedir futuras guerras mundiais". É bom lembrar que isto foi dito em plena Segunda Guerra Mundial.

Dois anos depois, a Conferência Internacional já reunia 46 nações. O marco desta reunião foi a Declaração sobre a Paz.

A Cruz Vermelha Brasileira foi fundada em 1908, com sede no Rio de Janeiro, e tornou-se reconhecida pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha em 1912.

ESTRUTURAS E ATRIBUIÇÕES




Cruz Vermelha

Em sua estrutura internacional, a Cruz Vermelha é formada por um Comitê Internacional e uma Liga das Sociedades, que engloba as diversas Sociedades Nacionais e todas as Sociedades do Crescente Vermelho.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha tem 25 membros suíços e está ligado diretamente às Convenções de Genebra. É um importante órgão de divulgação dos direitos humanitários, com base nos princípios da Cruz Vermelha.

A atividade da Liga das Sociedades da Cruz Vermelha procura coordenar as sociedades-membro no contexto internacional e participar na orientação e no incentivo da criação de novos membros. Fornece apoio operacional em operações de socorro em tragédias internacionais.

Existe ainda a Conferência Internacional da Cruz Vermelha, a mais alta autoridade, convocada de quatro em quatro anos ou quando há alguma necessidade extraordinária. Uma Comissão Permanente coordena as atividades da Cruz Vermelha nos intervalos entre as Conferências Internacionais.


INFORMAÇÕES RÁPIDAS

Desde sua criação, em 1919, a Liga das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha já coordenou mais de 300 operações de socorro de emergência no mundo inteiro.

Na última década, foram lançados cerca de 150 apelos que resultaram em um valor de cerca de 500 milhões de francos-suíços (mais de 750 bilhões de reais).

Ao todo, são 171 Sociedades Nacionais em 171 países.

Para se ter uma idéia, em 1919 havia apenas uma Sociedade Nacional na África; em 1948 eram duas e em 1979 o salto foi enorme. Já eram 37 Sociedades Nacionais.

A Cruz Vermelha salvou pessoas em terremotos nos seguintes países: Guatemala, Itália, Peru, Nicarágua, Turquia e Romênia; inundações, tufões ou ciclones em Bangladesh, Filipinas, Honduras e Romênia; secas na África, Etiópia, Haiti e Somália;

Em 1953, o número de membros adultos era de cerca de 56 milhões.

Cruz Vermelha Brasileira

A História da Cruz Vermelha Brasileira se iniciou no ano de 1907, graças à ação do Dr. Joaquim de Oliveira Botelho, espírito culto e cheio de iniciativa que, inspirando-se naquilo que testemunhara em outros países, sentiu-se animado do desejo de ver, também aqui, fundada e funcionando, uma Sociedade da Cruz Vermelha. Junto com outros profissionais da área de saúde e pessoas da sociedade promoveu uma reunião em 17 de outubro daquele ano na Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, para lançamento as bases da organização da Cruz Vermelha Brasileira. Em reunião realizada em 5 de dezembro de 1908, foram discutidos e aprovados os Estatutos da Sociedade. Esta data ficou consagrada como a de fundação da Cruz Vermelha Brasileira, que teve como primeiro Presidente o Sanitarista Oswaldo Cruz. O registro e o reconhecimento da entidade nos âmbitos nacional e internacional se deu nos anos de 1910 e 1912, sendo que a I Grande Guerra (1914/1918) constitui-se, desde seus primórdios, no fator decisivo para o grande impulso que teria a novel Sociedade.




As “Damas da Cruz Vermelha Brasileira", comitê criado por um grupo de senhoras da sociedade carioca, deu origem à Seção Feminina, que teria como primeira tarefa, a formação do corpo de Enfermeiras voluntárias. A semente assim plantada frutificaria e, para permitir o funcionamento de outros cursos sugeridos pela Seção Feminina, foi criada e inaugurada, em março de 1916, a Escola Pratica de Enfermagem, sob a eficiente direção do Dr. Getúlio dos Santos, na época Capitão Medico do Exército. Com a declaração de guerra do Brasil aos Impérios Centrais (Alemanha e seus aliados), a Sociedade expandir-se-ia com intensificação dos Cursos de Enfermagem e com a criação de filiais estaduais e municipais, cabendo a São Paulo a primazia. Em 1919, as filiais já eram em número de 16.

A Cruz Vermelha Brasileira participou da constituição da Federação de Sociedade de Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em 1919, filiando-se a ela.Em nosso país, tornou-se instituição modelar, da forma prevista nas Convenções de Genebra -, como em tempos de paz, levando ajuda a vítimas de catástrofes e desastres naturais (secas, enchentes, terremotos etc.).

Henri Dunant e Oswaldo Cruz

Atua com base nos princípios fundamentais da Cruz Vermelha, que são:

- Humanidade

- Imparcialidade

- Neutralidade

- Independência

- Voluntariado

- Unidade

- Universalidade

É reconhecida pelo governo brasileiro como sociedade de socorro voluntário, autônoma, auxiliar dos poderes públicos e, em particular, dos serviços militares de saúde, bem como única sociedade nacional da Cruz Vermelha autorizada a exercer suas atividades em todo o território brasileiro.

Missão

• Agir, em caso de guerra, e preparar-se, na paz, para atuar em todos os setores abrangidos pelas Convenções de Genebra e em favor de todas as vítimas de guerra, tanto civis como militares;

• Contribuir, para a melhoria de saúde, prevenção de doenças e o alívio do sofrimento através de programas de treinamento e de serviços que beneficiem a comunidade;adaptados às necessidades de peculiaridades nacionais e regionais, podendo também, para isso, criar e manter cursos regulares, profissionalizantes e de nível superior;

• Organizar, dentro do plano nacional, serviços de socorros em emergências às vítimas de calamidades, seja qual for a causa;

• Recrutar, treinar e aplicar o pessoal necessário às finalidades da instituição;

• Incentivar a participação de jovens voluntários nos trabalhos da Cruz Vermelha, qualificando-o às finalidades da instituição;

• Divulgar os princípios humanitários da Cruz Vermelha, a fim de desenvolver na população os ideais de paz, respeito mútuo e compreensão entre todos os homens e todos os povos.

Princípios Fundamentais












    
Humanidade: A Cruz Vermelha, nascida da preocupação de prestar socorro, indistintamente, aos feridos nos campos de batalha, esforça-se, no âmbito internacional e nacional, em evitar e aliviar o sofrimento humano sob qualquer circunstância. Procura não só proteger a vida e a saúde, como também fazer respeitar o ser humano. Promove a compreensão mútua, a amizade, a cooperação e a paz duradoura entre todos os povos.

Imparcialidade: A Cruz Vermelha não faz nenhuma discriminação de nacionalidade, raça, religião,condição social ou opinião política. Procura apenas minorar o sofrimento humano,dando prioridade aos casos mais urgentes de infortúnio.

Neutralidade: A fim de merecer a confiança de todos, a Cruz Vermelha abstém-se de tomar partido em hostilidades ou de participar, em qualquer tempo, de controvérsias de natureza política, racial, religiosa ou ideológica.

Independência: A Cruz Vermelha é independente. As Sociedades Nacionais, auxiliares dos poderes públicos em suas atividades humanitárias, sujeitas às leis que regem seus respectivos países, devem, no entanto, manter sua autonomia, a fim de poderem agir sempre de acordo com os Princípios Fundamentais da Cruz Vermelha.

Voluntariado: A Cruz Vermelha é uma instituição voluntária de socorros sem nenhuma finalidade lucrativa.

Unidade: Só pode existir uma única Sociedade de Cruz Vermelha em cada país. Ela está aberta a todos e exerce sua ação humanitária em todo o território do mesmo.

Universalidade: A Cruz Vermelha é uma instituição mundial, na qual todas as Sociedades têm iguais direitos e dividem iguais responsabilidades e deveres, ajudando-se mutuamente.

Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para Petrópolis. Como prefeito daquela cidade traçou vasto plano de urbanização, que não pode ver executado.

Oswaldo Cruz morreu de insuficiência renal em 11 de fevereiro de 1917, em Petrópolis, com apenas 44 anos.

Desde então, em sua homenagem se comemora o Dia Nacional da Saúde na data de seu nascimento.

Cruz Vermelha

A participação da mulher paulista na Revolução de 1932 sempre foi motivo de orgulho para as gerações posteriores.

Unidas pela da bandeira da Cruz Vermelha, centenas de mulheres paulistas serviram nos hospitais dos campos de batalha e organizaram as operações de retaguarda.

Transcrevo um trecho do texto de Francisco Martins dos Santos sobre a Cruz Vermelha de Santos publicado neste link.

"A Cruz Vermelha de Santos, reunida no dia 12, solidarizara-se também com o movimento e mantinha-se em sessão permanente, por deliberação do seu Conselho, iniciando imediatamente a organização dos serviços de saúde, da Escola de Enfermeiros, de atenção às requisições, de socorro ao povo, e das comissões distribuidoras de auxílio. Foi notável a ação desta benemérita instituição durante todo o tempo, e a distribuição de gêneros alimentícios, remédios e roupas, que efetuou, atingiu a muitas centenas de contos de réis, equivalente hoje (N.E.: 1986) a muitos milhões de cruzeiros.
Montando cozinhas volantes pelos bairros da cidade, onde fornecia refeições aos que necessitavam, fornecendo marmitas a famílias inteiras, enviando comissões dinâmicas a percorrer os lares e verificar a necessidade de todos os visitados, principalmente nos bairros proletários, a Cruz Vermelha mobilizou centenas de senhoras, senhorinhas e cavalheiros, que, abnegadamente oferecendo seu trabalho, seu dinheiro, seus automóveis e a própria gasolina que gastavam, formaram um monumento imperecível de dedicação e altruísmo patriótico a esse organismo eminentemente assistencial e popular, que a cidade não poderá esquecer ou relegar a injusto olvido.

A seu presidente, Dr. Flor Horácio Cirilo, coube dirigir todo o extraordinário movimento da associação nos famosos oitenta dias, e tomar as múltiplas providências que o súbito desdobramento exigira de sua direção. Distinguir os seus colaboradores, entre centenas de abnegados que, dia e noite, não tinham outra preocupação que o bem e o conforto públicos em nome de São Paulo e de um Brasil livre, seria impossível e portanto injusto, porque, nominalmente, muitos ficariam esquecidos. Basta que à sociedade santista fique pertencendo sempre, globalmente, o merecimento dessa página brilhante que foi o espetáculo da sua capacidade de ação, de organização, de idalismo, de fraternidade, de altruísmo e devotamento à causa pública, durante o período revolucionário de 1932. "

Abaixo mostro algumas peças emblemáticas deste período, que trazem em si a lembrança da determinação e da doçura da mulher paulista naqueles dias.





Cruz Vermelha do Rio de Janeiro



CRUZ VERMELHA BRASILEIRA - Filial Rio de Janeiro
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