sexta-feira, 14 de novembro de 2008

VICTOR HUGO - OS MISERÁVEIS



VICTOR HUGO - Nasceu em Besançon , França em 26 de fevereiro de 1802 e morreu em Paris em 22 de maio de 1885, Filho de Joseph Hugo um general do Império e de Sophie Trébuchet. Muito jovem, ainda, compôs numerosos poemas. Aos quinze anos recebeu um prêmio em um concurso de poesia da Academia Francesa. A partir desse momento resolveu dedicar-se à carreira literária. Apaixonado, generoso e dotado de uma extraordinária capacidade de trabalho, Hugo escreveu uma obra magistral e variada. A partir de 1822, integrou-se ao romantismo e logo transformou-se no porta-voz desse movimento. Nos seus escritos reserva lugar preponderante aos estados de alma. Em 1830 estréia "Hernani" obra teatral que representa o fim do classicismo. Essa obra expressa novas aspirações da juventude. para Hugo começa então um período de fecundidade.


OS MISERÁVEIS - É uma narração de caráter social que denuncia as injustiças da França do século XIX. Considerada sua obra maestra. Os cenários são descritos com riqueza de detalhes o que nos permite visualizar cada cena como se fizéssemos parte dela. Denuncia a miséria, a fome, a desigualdade social, empregados explorados por seus patrões.
Essa obra é considerada pelos historiadores, como a mais completa e fiel na descrição da Batalha de Waterloo, na qual Hugo presenciou, como testemunha ocular e a descreveu com minúcias.
ENREDO -No início do século XIX, na França, Jean Valjean rouba um pedaço de pão para os sobrinhos famintos e é injustamente condenado a prisão (galés) e a marginalidade. Após cumprir 19 anos de prisão com trabalhos forçados, Jean Valjean é acolhido por um gentil bispo Monsenhor Benvindo, que lhe dá comida e abrigo. Mas a revolta que se acumulou durantes os tempos de prisão, fez com que no meio da noite ele roubasse a prataria e agridesse seu benfeitor, mas quando Valjean é preso pela polícia com toda aquela prata, ele é levado a presença do bispo, que confirma a história, de diz ter dado a Valjean toda a prataria e ainda pergunta por qual motivo ele esqueceu os castiçais, que devem valer pelo menos dois mil francos.
Este gesto nobre do religioso, devolveu-lhe a fé que aquele homem embrutecido tinha perdido.
Após nove anos, com o nome de senhor Madeleine, ele se torna prefeito e principal empresário em uma pequena cidade, mas sua paz acaba quando Javert, um guarda da prisão que pensa tê-lo reconhecido, apesar das roupas finas e modos educados. Passa a seguir seus passos, porque Valjean nunca se apresentou para cumpir o livramento condicional. A penalidade para esta falta é prisão perpétua. Javert não consegue provar que o prefeito e Jean Valjean são a mesma pessoa.
JEAN VALJEAN - Descrição do personagem feita Victor Hugo:
Jean Valjean, de humilde origem camponesa, ficara órfão de pai e mãe ainda pequeno e foi recolhido por uma irmã mais velha, casada e com sete filhos. Enviuvando a irmã, passou a arrimo da família, e assim consumiu a mocidade em trabalhos rudes e mal remunerados (...). Num inverno especialmente rigoroso, perdeu o emprego, e a fome bateu à porta da miserável família. Desesperado, recorreu ao crime: quebrou a vitrina de uma padaria para roubar um pão. (...) Levado aos tribunais por crime de roubo e arrombamento, foi condenado a cinco anos de galés. (...) Mesmo na sua ignorância, tinha consciência de que o castigo que lhe fora imposto era duro demais para a natureza de sua falta e que o pão que roubara para matar a fome de uma família inteira não podia justificar os longos anos de prisão a que tinha sido condenado.
FRAGMENTO DO LIVRO
Jean Valjean foi conduzido diante dos tribunais daquele tempo por "roubo e arrombamento durante uma noite numa casa habitada". Jean Valjean foi declarado culpado. Os termos do código eram categóricos. Nossa civilização tem momentos terríveis: são os momentos em que uma sentença anuncia um naufrágio. Que minuto fúnebre este em que a sociedade se afasta e relega ao mais completo abandono um ser que raciocina! Começou por julgar a si mesmo. Reconheceu não ser um inocente injustamente punido. Concordou que havia cometido uma ação desesperada e reprovável, que, talvez, se tivesse pedido, não lhe haveriam de recusar o que roubara, que, em último caso deveria confiar na caridade ou no próprio trabalho, que afinal, não era razão suficiente afirmar-se que não pode esperar quando se tem fome. Era necessário, portanto, ter paciência... porque afinal era absurdo ele, infeliz e mesquinho como era, querer pegar toda uma sociedade pelo pescoço, e ter pensado que é pelo roubo que se foge à miséria, pois é impossível sair-se da miséria pela porta que leva à infâmia. Enfim, ele estava errado. Depois deve ter perguntado a si mesmo: Nessa história toda, o erro era só dele? Era igualmente grave o fato de ele, operário, não ter trabalho e não ter pão. Depois de a falta ter sido cometida e confessada, por acaso o castigo não foi por demais feroz e excessivo? Onde haveria mais abuso: da parte da lei, na pena, ou da parte do culpado, no crime? Não haveria excesso de peso em um dos pratos da balança, justamente naquele em que está a expiação? Por que o exagero da pena não apagava completamente o crime, quase que invertendo a situação, substituindo a falta do delinqüente pela da Justiça, fazendo do culpado a vítima, do devedor credor, pondo definitivamente o direito justamente do lado de quem cometeu o furto? Pode a sociedade humana ter o direito de sacrificar seus membros, ora por sua incompreensível imprevidência, acorrentando indefinidamente um homem entre essa falta e esse excesso, falta de trabalho e excesso de castigo? Não era, talvez, exagero a sociedade tratar desse modo precisamente os seus membros mais mal dotados na repartição dos bens de fortuna, e, conseqüentemente, os mais dignos de atenção? É próprio das sentenças em que domina a impiedade, isto é, a brutalidade, transformar pouco a pouco, por uma espécie de estúpida transfiguração, um homem em animal, às vezes até em animal feroz. As sucessivas e obstinadas tentativas de evasão, bastariam para provar o estranho trabalho feito pela lei sobre a alma humana. Jean Valjean renovou as fugas, tão inúteis e loucas, toda vez que se apresentou ocasião propícia, sem pensar um pouquinho nas conseqüências, nem nas vãs experiências já feitas. Escapava impiedosamente, como o lobo que encontra a jaula aberta. O instinto lhe dizia: "Salve-se". A razão lhe teria dito: "Fique"! Mas, diante de tentação tão violenta, o raciocínio desaparecia, ficando somente o instinto. Era o animal que agia. Quando era novamente preso, os novos castigos que lhe infligiam só serviam para torná-lo mais sobressaltado. A história é sempre a mesma. Essas pobres criaturas, carecendo de apoio, de guia, de abrigo, ficam ao léu, quem sabe até, indo cada uma para seu lado, mergulhando na fria bruma que absorve tantos destinos solitários, mornas trevas onde, na sombria marcha do gênero humano desaparecem sucessivamente tantas cabeças desafortunadas.
OBRAS
Os Miseráveis; O corcunda de Notre Dame; Nossa Senhora de Paris; O homem que ri; Noventa e três; O arquipélago da mancha; Os trabalhadores do mar; O último dia de um condenado; Han da islândia; O segundo bug-jargal; Napoleão, o pequeno; História de um crime; Coisas que eu vi; Literatura e filosofia entremeados; Atos e palvras; Pós-escrito de minha vida; Em viagem; Cartas à noiva. Teatro: Hernani; Teatro de Lorme; O rei se diverte; Lucrécia Borgia; Maria Tudor; Ângelo; A esmeralda; Ruy Brás; Os burgraves. Poesia: Odes e baladas; As orientais; As folhas de outono; Os cantos do crepúsculo; As expiações; As vozes interiores; Os raios e as sombras; As contemplações. Teatro em verso: A lenda dos séculos; Canções da ruas e dos bosques; O ano terrível; Os anos funestos; A arte de ser avô; O burro; A piedade suprema; Religião e religiões; Toda a lira; Fim de satã; Os quatro ventos do espírito; O Papa.

OBRAS NO ORIGINAL
1822 Odes et Poésies Diverses 1823 Odes; Han d'Islande 1824 Nouvelles Odes 1826 Bug-Jargal; Odes et Ballades 1827 Cromwell, including Préface 1828 Odes et Ballades (augmented) 1829 Les Orientales; Le Dernier Jour d'un Condamné 1830 Hernani 1831 Notre-Dame de Paris; Marion de Lorme; Les Feuilles d'Automne 1832 Le Roi S'Amuse 1833 Lucrèce Borgia; Marie Tudor 1834 Littérature et Philosophie Mêlées; Claude Gueux 1835 Angelo, Tyran de Padoue; Les Chants du Crépuscule 1836 La Esmeralda (libretto) 1837 Les Voix Intérieures 1838 Ruy Blas 1840 Les Rayons et les Ombres 1842 Le Rhin 1843 Les Burgraves 1851 Douze Discours; Treize Discours; Quatorze Discours 1852 Napoléon-le-Petit 1853 Châtiments; Oeuvres Oratoires 1855 Discours de l'Exil, 1851-1854 (first ten speeches of Actes et Paroles II) 1856 Les Contemplations 1859 La Légende des Siècles, Première Série 1862 Les Misérables 1864 William Shakespeare 1865 Les Chansons des Rues et des Bois 1866 Les Travailleurs de la Mer 1867 La Voix de Guernsey (Mentana) 1869 L'Homme Qui Rit 1870 Les Châtiments 1872 Actes et Paroles, 1870-1871-1872; L'Année Terrible 1874 Quatrevingt-treize; Mes Fils 1875 Actes et Paroles I, Avant l'Exil, 1841-1851; Actes et Paroles II, Pendant l'Exil, 1852-1870 1876 Paris et Rome; Actes et Paroles III, Depuis l'Exil, 1870-1876 1877 La Légende des Siècles, Nouvelle Série; L'Art d'Être Grand-Père; Histoire d'un Crime, I 1878 Histoire d'un Crime, II; Le Pape 1879 La Pitié Supréme 1880 Religions et Religion; L'Âne 1881 Les Quatre Vents de l'Esprit 1882 Torquemada 1883 L'Archipel de la Manche; La Légende des Siècles, Dernière Série 1886 La Fin de Satan; Théâtre en Liberté 1887 Choses Vues 1888 Toute la Lyre 1889 Amy Robsart; Les Jumeaux; Actes et Paroles IV, Depuis l'Exil, 1876-1885 1890 Alpes et Pyrénées 1891 Dieu 1892 France et Belgique 1893 Toute la Lyre, Dernière Série 1898 Les Années Funestes 1900 Choses Vues, Nouvelle Série 1901 Post-Scriptum de ma Vie 1902 Dernière Gerbe 1934 Mille Francs de Récompense 1942 Océan, Tas de Pierres 1951 L'Intervention.