quinta-feira, 9 de julho de 2009

Tiradentes - "Herói sem medo de todo um povo".
Ir. Jair de Almeida Gomes


O NASCIMENTO

Joaquim José da Silva Xavier nasceu na fazenda do Pombal, comarca do Rio das Mortes, próximo a Vila de são José Del Rei. (Atual Tiradentes) no ano de 1746, não se sabendo, porém o dia de seu nascimento. Era o quarto filho de Domingos da Silva Santos, Português e de Dona Antônia da Encarnação Xavier, e seus irmãos eram: Domingos, Antonio e José, e as irmãs eram Antonia Rita, Maria Vitória, e Eufrásia Maria. Tiradentes foi batizado no dia 12 de novembro de 1746, tendo sido seu padrinho o Dentista Sebastião Ferreira Leitão e como madrinha Nossa Senhora da Ajuda.


Ruínas da fazenda do Pombal, local em que nasceu Tiradentes


INFÂNCIA E JUVENTUDE

Tiradentes foi criado e passou parte de sua infância na fazenda de seu pai, sendo que aos nove anos de idade, morre sua mãe, e aos doze morre seu pai. A família se desfez. Tiradentes foi morar na casa de seu Padrinho, o dentista Sebastião Ferreira Leitão, que procurou interessá-lo por sua profissão, incentivando-o a ler livros de medicina e ensinando-lhe noções práticas de cirurgia e odontologia. Bem cedo começou a ajudar o padrinho no trabalho. Fazia curativos e logo aprendeu a tirar dentes e substitui-los por dentaduras e dentes postiços, ficando assim conhecido na Vila de São José Del Rei como o Tiradentes. Trabalhou também como tropeiro e mascate, caminhando pelos garimpos de Minas e fazendo viagens ate a Bahia. Depois tentou a sorte na atividade mineradora, ocasião em que comprou uma pequena porção de terras e quatro escravos, aplicando o que economizou como dentista, porém não deu certo esta sua tentativa, deixando-lhe apenas muitas dívidas.

O MILITAR


Em 1º de Dezembro de 1775 ingressou na carreira militar e alistou-se na 6º Cia. de Dragões da Capitania de Minas Gerais, e por ser descendente de portugueses cristãos, teve o privilégio de ingressar nas armas já como oficial, sem passar pelos postos subalternos. Tornou-se Alferes, posto este correspondente ao de 2º tenente. Recebeu missões perigosas, que cumpriu com eficiência, devido ao seu conhecimento do sertão. À frente do destacamento acabou com o banditismo na serra da Mantiqueira e combateu os contrabandistas de ouro. Comandou a guarda dos armamentos depositados no quartel de Vila Rica. Em 1781, foi nomeado pela rainha de Portugal para chefiar a patrulha do Caminho Novo, estrada que ligava Minas ao Rio de Janeiro, por onde seguiam as Tropas de Mulas trazendo o ouro para ser embarcado no porto do Rio de Janeiro. Nessa fase de sua vida, Tiradentes fez amizades em todas as vendas e hospedarias da estrada, onde ficou muito popular. Também nessa mesma época Tiradentes, já aos 35 anos, namorou uma jovem de quem gostou muito, de nome Ana, que morava no Tijuco (atual Diamantina) e era sobrinha do Padre Rolim, seu amigo e, mais tarde, também membro da Conjuração Mineira. Quando Tiradentes pediu-a em casamento, através do Padre, ficou sabendo que ela já estava prometida a outro.Tiradentes nunca se casou. Continuava só, porem duas outras mulheres haviam passado em sua vida; ambas de nobre condição social. A primeira, uma mulata, Eugênia Joaquina da Silva, de quem Tiradentes teve um filho de nome João. A outra uma viúva, Antônia Maria do Espírito Santo, vivia nos arredores de Vila Rica (atual Ouro Preto), e também lhe deu uma criança, uma menina de nome Joaquina.No ano de 1787, cansado da vida militar, Tiradentes pediu licença no regimento, e foi para o Rio de Janeiro, onde apresentou ao vice-rei Dom Luiz de Vasconcelos alguns projetos de engenharia e hidráulica, para a canalização e captação dos rios Catete e Maracanã, para abastecimento da cidade e edificação de moinhos; e construção de armazéns para o gado a ser exportado. Seus projetos porém ficaram aguardando a aprovação das autoridades de Portugal, e nunca foram executados. Enquanto permanecia no Rio de Janeiro, reuniu-se com o estudante José Álvares Maciel, que acabava de chegar da Inglaterra, com o Padre Rolim e com o Coronel Joaquim Silvério dos Reis, e juntos elaboraram os primeiros planos da revolta contra Portugal. Terminada sua licença Militar, Tiradentes, em Agosto de 1788, volta a Minas comandando a escolta da mulher do Visconde de Barbacena, novo Governador de Minas.



"Liberdade ainda que tardia"

Em Vila Rica se tornou o principal articulador da conspiração para a libertação do país. Organizou um grupo do qual faziam parte pessoas de grande projeção na capitania. Era ao mesmo tempo, um idealista e um espírito prático. Não hesitava em fantasiar os fatos para atingir seus objetivos. Inventou, por exemplo, que o novo governador trazia instruções para que as fortunas particulares em Minas, não ultrapassassem dez mil cruzados. Garantiu a todos o apoio de potências estrangeiras à conjuração.Em fins de 1788, aconteceu a primeira reunião dos conspiradores na casa do Tenente-Coronel Paula Freire. A ele se unira o Padre Carlos Correia de Toledo, vigário de São João Del Rei, homem rico e influente, e a conspiração foi crescendo com a participação do Cônego Luiz Vieira da Silva, do Padre Rolim, Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Alvarenga Peixoto e outros que no decorrer do tempo se juntaram aos primeiros.

A INICIAÇÃO DE TIRADENTES



Símbolos da Maçonaria: compasso, esquadro e a letra G. Compasso - espiritualidade e conhecimento humano, esquadro-retidão e a letra G é o símbolo de Deus, o Divino Geômetra.

Naquela época a maçonaria permitia que se fizesse iniciações fora dos templos e às vezes por um irmão com autoridade, o que era denominado de: Iniciação por Comunicação. E assim José Álvares Maciel iniciou Joaquim Jose da Silva Xavier, sendo que este tipo de iniciação foi suprimido em 1907, com a promulgação da constituição.O Coronel Francisco de Paula Freire, não gostava do Alferes Tiradentes, com o qual mantinha fria distância. Esse tratamento mudou completamente quando Tiradentes de volta do Rio de Janeiro, participou-lhe que havia si do iniciado nos mistérios da Maçonaria.

A DELAÇÃO


0s planos foram traçados, na ocasião da derrama, Tiradentes depois de prender o governador, despertaria Vila Rica aos gritos de Liberdade. A pretexto de restaurar a ordem, Paula Freire e suas tropas ocupariam a cidade e, com Vila Rica sob controle, declararia sua Adesão à Inconfidência. Tiradentes resolve passar em todos os conjurados e verificar se cada um estava cônscio de sua responsabilidade, obtendo um sim de cada um deles e em Março de 1789, segue para o Rio com desculpa de ver como iam os seus requerimentos de obras públicas, porém sua verdadeira missão era conseguir o "apoio da guarnição do Rio de Janeiro e durante sua viagem ia divulgando suas idéias, sem maiores cautelas, pelas hospedarias e vilas do Caminho Novo e durante sua viagem a conspiração foi denunciada em uma carta dirigida ao Governador Visconde de Barbacena e assinado pelo traidor Joaquim Silvério dos Reis do seguinte teor:

“Existe um movimento contra a Coroa e automaticamente contra V. Excia. no sentido de derruba-lo por ocasião da derrama e em seguida sublevar o povo e a tropa, para logo após, partirem com adesão do povo de outras províncias, para uma louca independência. Para isso contam com as maiores inteligências desta terra e pessoas de destaque do vosso governo, tendo como principal chefe o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, um dos mais inflamados oradores, acompanhado de perto por homens com ideais impregnados pelos últimos acontecimentos de independência da América Inglesa. Se V. Excia. der crédito a esta missiva, gostaria de ser chamado sigilosamente ao vosso gabinete, onde declinaria pessoalmente o nome de todos os que tramam contra nossa Augusta e Soberana Rainha. Ponha todos estes importantes participantes na presença de V. Excia. pela obrigação de felicidade, não por meu intento, nem vontade, sejam de ver a ruína de pessoa alguma, o que espero em Deus que, com o bom discurso de V. Excia. há de acontecer tudo e dar as providências, sem a perdição dos vassalos. O prêmio que peço tão somente a v. Excia. é o de rogar-lhe que pelo amor de Deus se não perca ninguém.”

A PRISÃO E MORTE



Todos os inconfidentes foram presos, porém Tiradentes encontrava-se na casa de seu amigo Domingos Fernandes da Cruz, na cidade do Rio de Janeiro, onde no dia 10 de maio de 1789, foi preso e ficou incomunicável cerca, de três anos e nesse período só foi visitado por seu - confessor, o Padre Raimundo Penaforte. No dia 18 de abril de 1792, foi proferida a sentença dos cinco réus padres, e no dia 19, dos demais conjurados. A Tiradentes foi proferida a seguinte sentença:


"Portanto condenam ao réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi da tropa paga da capitania de Minas, a que com baraço e pregão, seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde em lugar mais publico dela, será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma; e o seu corpo será dividido em quatro Quartos, e pregado em postes pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve suas infames práticas, e os mais, nos sítios de maiores povoações, até que o tempo também os consuma; Declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo os seus bens aplicados para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica, será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique."



Praça Tiradentes no tempo do império





Igreja da Lampadosa - provável local da execução (Centro do RJ)

No dia 21 de abril de 1792, as 9.00 H, inicia o triste cortejo: À frente uma Cia. de Soldados, depois os frades dizendo orações e em seguida Tiradentes, o laço da forca no pescoço e a ponta da corda segura pelo carrasco, e quase abraçado ao condenado, Frei Penaforte reza com ele. Descalço, com o cabelo todo raspado e sem barba, vestido com uma camisola branca, Tiradentes seguia de Cabeça erguida, porte erecto, e passo firme a marcha para a forca, construída no Lago da Lampadosa (Atual Praça Tiradentes) onde às 11:20 hs Tiradentes foi enforcado. Frei Raimundo Penaforte, o confessor, escreveu o seguinte sobre Tiradentes: "Foi um daqueles indivíduos da espécie humana, que põem em espanto a própria natureza. Entusiasta, empreendedor com o fogo de um D. Quixote, habilidoso com um desinteresse filosófico, afoito e destemido, sem prudência às vezes, em outras temeroso ao cair de uma folha; mas o seu coração era sensível ao bem. A Coroa quisera, com o espetáculo do enforcamento, afirmar o seu domínio sobre a colônia brasileira. Tiradentes tentara, com o sacrifício, salvar os companheiros e abrir ao povo o caminho da emancipação política." Um espírito inquieto, um homem leal, esse Alferes Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha TIRADENTES "Herói sem medo de todo um povo”.



Tiradentes não foi o único inconfidente assassinado. Quem matou Cláudio Manuel da Costa?



Sérgio Amaral Silva

Uma farsa que perdurou por mais de dois séculos na história do Brasil acabou de ser desvendada. Em 1789, um dos principais líderes da Inconfidência Mineira, o advogado e poeta Cláudio Manuel da Costa, foi encontrado morto na prisão. Segundo a versão oficial, ele havia se suicidado. Cerca de 20 anos mais tarde, surgiu em Vila Rica (hoje Ouro Preto) alguém que afirmava ter sido um dos médicos que examinaram o corpo. Ele afirmava que o laudo original, de assassinato, havia sido mudado para suicídio a pedido do governador, o visconde de Barbacena. Como essa testemunha era conhecida apenas pelo apelido de Paracatu, o caso foi tratado como lenda por gerações de historiadores, até nossos dias. Depois de pesquisar o assunto por mais de 25 anos, descobri a chave do mistério em um livro de 1911, Igrejas e Irmandades de Ouro Preto, do historiador Joaquim Furtado de Menezes. Ele faz uma referência ao projeto de construir uma capelinha ao lado da casa do cirurgião-mor Caetano José "Paracatu". Tratava-se de Caetano José Cardoso, um dos responsáveis pelo laudo cadavérico de Cláudio. Ou seja, o tal Paracatu existia mesmo.Por que então isso não foi considerado pelos estudiosos? A resposta é simples: como aquele livro não tratava da Inconfidência, não foi usado como fonte. A identificação, confirmada por Paulo Gomes Leite, historiador da PUC de Minas Gerais, restaura a credibilidade da confissão do legista e desmonta a tese do suicídio. A exemplo do jornalista Vladimir Herzog em 1975, Cláudio não se matou, mas foi assassinado. O provável mandante foi o visconde de Barbacena, cujo envolvimento na Inconfidência é pouco conhecido, mas que temia ser incriminado se Cláudio fosse ouvido pelo vice-rei no Rio de Janeiro. Cláudio, como Tiradentes, pode agora ser visto como uma vítima da repressão à Inconfidência.

A vítima

Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)Advogado e poeta nascido em Mariana (MG). Foi várias vezes secretário de governo da capitania de Minas Gerais. Por isso o governador achava que ele "sabia demais".

A testemunha
Caetano José "paracatu" (1749-1826)Português, chegou ao Brasil com 22 anos. Seu apelido vinha de trabalhar como médico em Paracatu (MG) e em Vila Rica. Tinha uma biblioteca com mais de 400 volumes, uma das melhores da época.

O acusado

Visconde de Barbacena (1754-1806)Luís Antônio Furtado de Mendonça nasceu em Lisboa. Governou Minas Gerais e era sobrinho do responsável pelo processo contra os inconfidentes, o vice-rei Luís de Vasconcellos.


A Inconfidência Mineira -Movimento foi resposta ao excesso de impostos

Vitor Amorim de Angelo

A Inconfidência Mineira, também chamada de Conjuração Mineira, foi a conspiração de uma pequena elite de Vila Rica - atual Ouro Preto (MG), ocorrida em 1789, contra o domínio português. Desse grupo, fizeram parte intelectuais, religiosos, militares e fazendeiros, dentre os quais estava o alferes Joaquim José da Silva Xavier, sempre lembrado como principal líder do movimento.O motivo principal da Inconfidência foi a questão da derrama. Tratava-se de uma operação fiscal realizada pela Coroa portuguesa para cobrar os impostos atrasados. O chamado quinto, como o próprio nome já indica, correspondia à cobrança de 20% (1/5) sobre a quantidade de ouro extraído anualmente. Quando o quinto não era pago, os valores atrasados iam se acumulando. Então, a Metrópole podia lançar mão da "derrama" para cobrar esses impostos, utilizando-se até mesmo do confisco dos bens dos devedores.Todos os líderes da Inconfidência estavam endividados com o Real Erário Português, motivo pelo qual, segundo especialistas, teriam sido motivados a se envolver na revolta contra a Metrópole. Emblemático, nesse sentido, foi o fato de a eclosão do movimento ter sido agendada justamente para o dia em que se esperava que o governador da Capitania de Minas Gerais, visconde de Barbacena, ordenasse a cobrança da derrama. Esperavam, com isso, ganhar o apoio da população à sua luta anticolonial.
  • Ideias republicanas
Em geral, a Inconfidência Mineira sempre é apresentada como um movimento que, combatendo o domínio português e inspirada nas experiências revolucionárias da França e dos Estados Unidos, defendia a transformação do Brasil numa república. Não raro, associada a essa ideia, está a questão da igualdade social - o que seria uma influência direta dos exemplos das revoluções francesa e norte-americana.Embora os inconfidentes falassem de república, é preciso ter em vista que o significado do termo naquele momento estava associado à sua viabilidade num pequeno território, como Minas Gerais, por exemplo - ou, quando muito, incluindo o Rio de Janeiro e São Paulo. A ideia segundo a qual um movimento surgido em Vila Rica propunha a transformação do Brasil numa república é problemática, até mesmo quando pensamos sob o prisma da nacionalidade.A proposta de criação de vários parlamentos - tida por alguns como prova incontestável de que se tratava de uma revolução republicana nacional - também pode ser questionada pela evidência de que o termo "parlamento", tal como "república", não tinha o mesmo significado que hoje. Isto é, não remetia à ideia das nossas atuais assembleias estaduais (o que poderia sugerir que a Inconfidência propunha parlamentos em diferentes regiões da república nacional que supostamente defendia), mas, sim, à das câmaras municipais. Quando falavam de república, portanto, referiam-se basicamente à Minas.De outro lado, muito se fala da grande recepção que a conhecida obra de *Montesquieu sobre revolução norte-americana teria tido entre os inconfidentes. Alguns, inclusive, possuíam o livro entre as obras de sua biblioteca particular. Mas, ao que tudo indica, o exemplo revolucionário dos Estados Unidos foi tomado em sua dimensão anticolonial, e não igualitarista. Vários líderes inconfidentes eram donos de escravos. E se a república fazia parte de suas propostas, o abolicionismo não.
  • Tiradentes, o mártir
Tão controversa quanto o ideal republicano é a transformação de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, em mártir da Inconfidência Mineira. É versão comum na historiografia a ideia segundo a qual Tiradentes teria sido o principal líder do movimento, o que explicaria a decisão da rainha de Portugal, d. Maria I, de manter a pena de morte para Joaquim José da Silva Xavier ao invés de alterá-la, como fez em relação aos demais, para o banimento nas colônias portuguesas na África. De fato, Tiradentes foi o único dentre os inconfidentes a assumir a participação na conspiração. Ato de coragem, sem dúvida, isso acabou encobrindo vários aspectos importantes, que afastam Joaquim José da Silva Xavier da figura de mártir construída no século 19, a partir da recuperação de seu exemplo pelos que defendiam a proclamação da República.Há fortes indícios de que Tiradentes não ocupava senão um lugar marginal, secundário, nas articulações do movimento. Não era, portanto, seu principal líder, o cabeça do grupo. O inventário de seu patrimônio também revela que Tiradentes possuía vestuário e mobílias semelhantes aos utilizados pela aristocracia da época. Sabendo-se que isso era fator importante de distinção social, trata-se de mais um indício que aponta para o fato de que a Inconfidência Mineira, apesar de seu caráter anticolonial, visava construir um Estado independente, que garantisse o controle do espaço político e social aos grupos sociais representados em sua liderança.

*Montesquieu

Charles de Montesquieu foi um importante filósofo, político e escritor francês. Nasceu em 18 de janeiro de 1689, na cidade de Bordeaux (França). É considerado um dos grandes filósofos do iluminismo (Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade).
Em 1715, Montesquieu casou-se com Jeanne Lartigue. Tornou-se membro da Academia de Ciências de Bordeaux e, nesta fase, desenvolveu vários estudos sobre ciências. Porém, após alguns anos nesta vida, cansou-se, vendeu seu título e resolveu viajar pela Europa. Nas viagens começou a observar o funcionamento da sociedade, os costumes e as relações sociais e políticas. Entre as décadas de 1720 e 1740, desenvolveu seus grandes trabalhos sobre política, principalmente, criticando o governo absolutista e propondo um novo modelo de governo.
Em 1729, enquanto estava em viagem pela Inglaterra, foi eleito membro da Royal Society.
Montesquieu morreu em 10 de fevereiro de 1755, na cidade de
Paris.

Fontes:

  • Ir. Jair de Almeida Gomes http://www.pael.com.br/tiradentes.html;
  • Sérgio Amaral Silva;
  • Vitor Amorim de Angelo.
Imagens: Internet

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