Os Tudor conseguiram dar fim a uma guerra civil, criaram uma nova religião e colocaram a Inglaterra no caminho para se tornar uma potência. Isso tudo em apenas 100 anos.
Por Vinícius Rodrigues
Papa Inocêncio VIII
Catarina de Aragão
Do casamento do rei com Elizabeth de York nasceram Arthur, Henrique, Margaret e Mary. Para estreitar laços com os países vizinhos, o monarca casou Margaret com James IV da Escócia e Mary com Luís XII da França. O primogênito, Arthur, ele uniu à princesa espanhola Catarina de Aragão. A cerimônia ocorreu em 1501, quando os noivos tinham 15 e 16 anos. Em 1502, o príncipe morreu de malária e a viúva de Arthur foi obrigada a ficar na corte. O rei não havia recebido parte do dote da princesa e, por isso, não dera a ela todas as rendas previstas no contrato nupcial. Assim, os pais de Catarina não lhe permitiram voltar à Espanha.
TUDO POR UM TUDOR
Henrique VIII
Henrique VII morreu em abril de 1509, aos 59 anos. Sucedeu-o Henrique VIII, nascido em 1491. Com 17 anos, em 1509, casou-se com Catarina de Aragão. No mesmo dia, os noivos foram coroados, na Abadia de Westminster, rei e rainha da Inglaterra. Henrique era culto, atlético e falava vários idiomas. Aumentou a frota de cinco para 53 navios. Mas não era pacífico. Seu reinado foi o que teve mais execuções na história da Inglaterra: 330 mortes, entre 1532 e 1540.
Ana Bolena
Clemente VII
Jane Seymour
"A separação da Inglaterra da Igreja Católica foi subproduto da obsessão por um herdeiro", diz Heather Thomas. Acontece que Ana também teve uma filha mulher, Elizabeth. O rei envolveu-se então com outra dama da corte, Jane Seymour. Para se livrar da segunda esposa, acusou-a de bruxaria e traição."Eram 8 horas da manhã de 19 de maio de 1536. Vestida com roupão preto coberto por um manto branco, Ana Bolena encaminhou-se para a execução. Não negou as acusações e elogiou seu marido, dizendo que o amava. Foi vendada e esperou poucos segundos até o carrasco lhe cortar o delicado pescoço", afirma Bevan.
Eduardo VI
Em 1537, finalmente, nasceu o varão de Henrique, Eduardo. A mãe, Jane, morreu 12 dias depois, por problemas no parto. O rei ainda casou outras três vezes, até morrer em 1547. Considerado o primeiro rei anglicano da Inglaterra, Eduardo VI foi coroado aos 9 anos e governou com um Conselho de Regência. Com ele, a religião ganhou força: em 1549, foi introduzido no país o Livro de Oração Comum (de preces anglicanas), em inglês, língua que se tornou oficial.
BLOODY MARY
Mary I e Filipe II
Sua primeira ação foi revalidar o casamento de Henrique VIII com sua mãe, Catarina de Aragão. Filha de uma católica, restaurou o catolicismo e o crime de heresia: opositores seriam mortos, por traição à Santa Sé. Cerca de 300 anglicanos foram queimados como hereges em três anos. Foi chamada de Queen Bloody Mary (Rainha Sanguinária), nome que anos depois batizou um drinque de suco de tomate e vodca. Para piorar sua imagem, casou-se com Filipe II da Espanha. Isso revoltou o povo: significava ameaça à independência e risco de subordinação. Quando ela e o marido formaram uma aliança para lutar contra a França, o descontentamento aumentou, principalmente porque os franceses conquistaram Calais, última possessão britânica na França. Sem filhos, Mary deixou o trono para sua meia-irmã Elizabeth I, em 1558, ao morrer do que dizem ter sido um tumor.
Elizabeth I - "A Rainha Virgem"
Em novembro daquele ano, começava um dos governos mais populares e importantes da monarquia britânica: o de Elizabeth, filha de Henrique VIII e Ana Bolena. "Seu reinado é apontado como a Idade do Ouro da história inglesa. Ela se tornou uma lenda em seu próprio tempo de vida, famosa por suas notáveis habilidades e realizações", diz Heather Thomas. A rainha era astuta. Nomeou ministros de confiança para apoiá-la, e as questões mais críticas levou ao debate no Parlamento. Também restaurou a religião anglicana.
Armada espanhola / Jaime I
Tudo ia bem, até a rainha se desentender com Filipe II, seu cunhado. A Espanha era a maior potência da época e Filipe sonhava ser monarca britânico. Católico, pretendia restaurar sua fé na Inglaterra. Quando navios espanhóis foram saqueados por piratas ingleses, prática incentivada pela rainha, Filipe, em 1588, enviou uma frota de 130 navios para tomar o reino. Elizabeth I, então, discursou à tropa: "Sei que tenho o corpo de uma mulher fraca e frágil, mas tenho também o coração e o estômago de um rei " e de um rei da Inglaterra!" Resultado: venceu a Armada espanhola. Em 1600, criou a Companhia das Índias Ocidentais e iniciou a expansão marítima. "Quando ela subiu ao trono, em 1558, a Inglaterra era um país empobrecido, dilacerado por questões religiosas. Quando morreu, era um dos mais poderosos países do mundo", afirma Heather Thomas. Elizabeth não se casou. Foi assim que ganhou o apelido de "rainha virgem". Após sua morte, em 1603, de acordo com o testamento de Henrique VIII, assumiu o descendente de Mary, irmã mais nova de Elizabeth. Jaime VI, rei da Escócia, tornou-se Jaime I da Inglaterra, iniciando a era dos Stuart.
Fonte: Aventuras na História
Autor: Vinícius Rodrigues
Imagens: Internet
2 comentários:
Oi Lígia; o que mais me chama a atenção, talvez pela "popularidade" seja a menção a Henrique VIII declamado na obra de Shakespeare. Sendo que foi exatamente no reinado de Elizabete I, filha de Henrique VIII, que se dá a sua consagração. Um post não somente "histórico-literário" mas muito bom, gostei mesmo.
Abraços
Marco
OI Ligia,
A foto relacionada com Rainha Ana Bolena na verdade é a pintura da Rainha Anna Cleves.
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